Febre amarela em SP! Preciso me vacinar? Tire dúvidas sobre a doença
Não é fácil essa vida de mãe, cada dia aparece uma coisa para tirar a nossa paz né? Em 2015 era Zika, 2016 e 2017 Dengue e Caxumba agora Febre Amarela? Por aqui estamos com medo, já comecei a passar repelente no Arthur dia e noite mas não é garantia, o ideal é tomar a vacina mesmo! Hoje a vacina, está indicada para as pessoas que moram nas áreas de risco como por exemplo: na zona Leste os distritos Cidade Líder, Cidade Tiradentes, Guaianases, Iguatemi, José Bonifácio, Parque do Carmo, São Mateus e São Rafael. Já na zona Sul serão vacinadas as pessoas de Capão Redondo, Cidade Dutra, Grajaú, Jardim São Luis, Pedreira, Socorro e Vila Andrade. O Estado de São Paulo inteiro está em estado de atenção, mas primeiro eles precisam vacinar estes distritos onde tem o foco da doença.
A lista está no site da prefeitura, mas está mudando conforme vão descobrindo novos casos então é legal ficar ligado.
A a Dra. Jessica Loekmanwidjaja, é médica, pediatra e trouxe para nós informações para tirar todas as dúvidas sobre a doença.
A febre amarela é uma doença hemorrágica viral aguda grave transmitida por mosquitos infectados. Uma pequena porcentagem de doentes que contraem o vírus revelam sintomas graves e cerca de metade deles podem evoluir a óbito no prazo de 7 a 10 dias.
Como é transmitido?
A doença apresenta dois ciclos de transmissão epidemiologicamente distintos: silvestre e urbano. Somente através da picada do mosquito.
Ciclo Silvestre
No ciclo silvestre da febre amarela, os macacos são os principais hospedeiros e amplificadores do vírus, e os vetores são mosquitos com hábitos estritamente silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes os mais importantes na América Latina. Nesse ciclo, o homem participa como um hospedeiro acidental ao adentrar áreas de mata.
A forma silvestre é endêmica nas regiões tropicais da África e das Américas. Em geral, apresenta-se sob a forma de surtos com intervalos irregulares, sem ciclicidade definida.
Ciclo Urbano
No ciclo urbano, o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica e a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Aedes aegypti) infectados.
No Brasil
Foram definidas duas áreas:
Área com recomendação da vacina, correspondendo àquelas áreas onde se reconhece o risco de transmissão;
Área sem recomendação de vacina, correspondendo às “áreas indenes”, sem evidência de circulação viral.
Não é possível que uma pessoa infectada transmita diretamente o vírus para outra.
Fatores de risco para desenvolver a doença
Esta doença acomete com maior frequência o sexo masculino e a faixa etária acima dos 15 anos, em função da maior exposição profissional, relacionada à penetração em zonas silvestres da área endêmica.
Outro grupo de risco são pessoas não vacinadas que residem próximas aos ambientes silvestres, onde circula o vírus, além de turistas e migrantes que adentram estes ambientes sem estar devidamente imunizados. A maior frequência da doença ocorre nos meses de dezembro a maio, período com maior índice de chuva, quando a reprodução do mosquito é elevada, coincidindo com a época de maior atividade agrícola.
Sintomas
Uma vez contraído, o vírus da febre amarela mantém-se em incubação no corpo durante 3 a 6 dias. Muitas pessoas não apresentam sintomas, mas quando estes ocorrem, os mais comuns são:
Febre alta
Náuseas
Vômito
Fadiga
Dores musculares
Dores de cabeça
Na maioria dos casos, os sintomas desaparecem após 3 ou 4 dias.
Uma baixa porcentagem das pessoas pode evoluir para uma forma mais tóxica, após uma breve (24 a 48 horas) recuperação dos sintomas iniciais. A febre alta retorna e outros órgãos são afetados, normalmente o fígado e os rins, causando outros sintomas, como:
Pele e olhos amarelados (ictericia)
Sangramentos
Fezes escuras
Diminuição da urina
Icterícia: coloração amarelada que pode ocorrer na mucosa e/ou na pele
A maioria dos infectadas evolui bem e adquire imunidade (proteção) permanente contra a febre amarela.
Tratamento
Não há tratamento específico para a doença, mas há cuidados específicos para tratar a desidratação, problemas do fígado e do rim, febre e dor. Aspirina (AAS) devem ser evitados, pois seu uso pode favorecer o aparecimento de sangramentos espontâneos piorando o quadro clínico.
Prevenção
A única forma de evitar a febre amarela silvestre é através da vacina, que é gratuita e está disponível nos postos de saúde em qualquer época do ano.
Já a febre amarela urbana pode também ser prevenida evitando a disseminação do Aedes aegypti, que transmite também dengue, zika e chikungunya. O Aedes prefere depositar seus ovos em água limpa e próximo a casa. Assim, é responsabilidade de todos evitar o acúmulo de água parada nas residências. Também, o uso de repelente ajuda a evitar a picada do mosquito.
Vacina contra Febre Amarela
A vacina é atenuada, ou seja, contém o vírus da febre amarela enfraquecido, cultivado em ovo de galinha.
Todos que vão viajar ou moram em áreas endêmicas têm indicação de realizar a vacina.
A Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde orientam que 1 dose da vacina é suficiente para conferir proteção para toda vida.
Cuidados Antes da Vacinação
Não é necessário nenhum cuidado específico antes de realizar a vacina
Em caso de febre, recomenda-se adiar a vacinação até melhora
Qualquer sintoma ou reação adversa deve ser notificado na Unidade de Saúde onde foi realizado
Contra-Indicações
Por ser uma vacina de vírus vivo, algumas pessoas não podem recebê-la:
Transplantados
Pacientes com doença imunosusupressora, como Aids ou Imunodeficiências Primárias
Pessoas com doença auto-imune ou câncer que utilizam medicações que causam diminuição da imunidade (converse com seu médico antes de realizar a vacina)
Gestantes
Crianças menores de 6 meses
Idosos (maiores de 60 anos) devem evitar a vacina, converse com o seu médico para avaliar risco x benefício
Por ser uma vacina que é cultivada em ovo de galinha, os pacientes com ALERGIA À OVO que já apresentaram anafilaxia (reação alérgica grave) devem evitá-la pelo risco de reação. Caso o risco de infecção pela Febre Amarela seja muito grande, existem opções para a realização da vacina. Converse com seu Alergista.
Quem amamenta pode receber a vacina?
Mulheres amamentando crianças abaixo de 6 meses de idade: Se a vacinação não puder ser adiada até o bebê completar 6 meses, a mãe deve realizar, antes da vacinação, a ordenha do leite e manter congelado por 28 dias, em freezer ou congelador, para uso durante 28 dias (no mínimo 15 dias), período em que há risco de transmitir o vírus vacinal pelo leite e contaminar o bebê. Confira o post sobre Extração e Armazenamento do Leite Materno
Efeitos Adversos da Vacina:
Dor leve a moderada com duração de 1 a 2 dias no local da aplicação pode ocorrer em 4% das pessoas vacinadas
Manifestações gerais, como febre, dor de cabeça e muscular são os eventos mais frequentes e acontecem em cerca de 4% dos que são vacinados na primeira vez e menos de 2% nas segundas doses
Apesar de muito raros, podem acontecer eventos graves:
Reações alérgicas
Doença neurológica (encefalite, meningite, doenças autoimunes com envolvimento do sistema nervoso central e periférico)
Doença em órgãos (infecção pelo vírus vacinal causando danos semelhantes aos da doença)
No Brasil, entre 2007 e 2012, a ocorrência destes eventos graves foi de 0,42 caso por cem mil vacinados.
Na suspeita de reação grave procure um serviço de saúde
Vacina Fracionada: entenda
A vacina fracionada da febre amarela consiste na realização de 1/5 da dose plena. Estudos mostram que essa dose confere proteção durante um determinado período (em torno de 8 anos).
Assim, a recomendação atual é: pessoas que receberem a dose FRACIONADA da vacina devem realizar uma nova dose após 8 anos.
A dose fracionada será iniciada no final de janeiro/começo de fevereiro em alguns estados do Brasil.
Quem receberá a dose fracionada?
Pessoas saudáveis, sem problemas de saúde
Faixa etária de 2 a 60 anos de idade
Quem receberá a dose plena, mesmo quando a dose fracionada for iniciada?
Crianças de 9 meses a 2 anos
Pessoas com doenças crônicas que não têm contra indicação de realizar a vacina. Converse com o seu médico caso você tenha algum problema de saúde.
Fonte: Ministério da Saúde / Organização Mundial da Saúde(OMS) / Sociedade Brasileira de Imunização
Sobre a Dr. Jessica Loekmanwidjaja - Pediatria Sem Stress
A Dra Jessica Loekmanwidjaja é médica Pediatra, com especialização em Alergia e Imunologia Clínica. Formou-se na Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de São Paulo, onde atua até hoje como médica colaboradora no Ambulatório de Imunologia Clínica e realizando Mestrado na mesma área. Trabalha também como Pediatra no Pronto Atendimento do Hospital Israelita Albert Einstein. É uma das criadoras do Blog Pediatria sem Stress, que tem o intuito de fornecer informações confiáveis de forma simplificada.
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Amanda Ribeiro - Mamãe Que Viaja